Com base no estudo mais recente do Fórum Econômico Mundial – The Future of Jobs 2018, destaco algumas skills que me parecem fazer muito sentido para os profissionais da saúde
Se você é um estudante de qualquer área da saúde ou um profissional tentando entender as novas dinâmicas do mercado, uma coisa é certa: você precisa desenvolver novas habilidades além das que desenvolveu até aqui.
Com base no estudo mais recente do Fórum Econômico Mundial – The Future of Jobs 2018, destaco algumas skills que me parecem fazer muito sentido para os profissionais da saúde que querem ser destaque no mercado do século 21.
São elas:
1) Design de experiência do paciente (PX Design)
Durante décadas, a comunidade médica e científica deixou de lado o participante mais importante de todas as decisões relacionadas à saúde: o paciente.
Devemos entender e abraçar a ideia de que o ele está no centro do nosso universo.
Não importa se estamos falando de desenvolver um novo medicamento, desenhar um novo protocolo de tratamento ou moldar o projeto de um novo hospital, os pacientes devem estar envolvidos no mais alto nível de tomada de decisão.
E é exatamente aí onde o design pode ajudar. Desenvolver essa habilidade certamente é um dos pilares mais importantes para quem presta serviço na área da saúde. Pensar a experiência do paciente em sua essência, desde a busca pelo profissional até o follow up pós tratamento.
Acredite, design está em tudo e vai muito além de um “simples” objeto.
2) Autorresponsabilidade no cenário da saúde digital
Credibilidade é crucial. Como profissionais da saúde, não podemos dizer a um paciente para viver uma vida mais saudável quando fumamos ou bebemos de forma compulsiva e nos sentamos diante da TV comendo fast food todas as noites.
“Walk the talk” – essa expressão americana nunca foi tão verdadeira – não basta falar, tem que fazer.
Para isso, nada melhor que viver uma boa experiência. Devemos testar e usar aplicativos de saúde, rastreadores de condicionamento físico, wearables… No intuito de entender melhor a jornada do paciente e ser capaz de recomendar o que melhor o atende.
3) Esteja em casa na selva digital
A necessidade de alfabetização digital é evidente. Saber pesquisar, encontrar e avaliar informações é fundamental.
Dominar as mídias digitais é o “new black”. Instagram, Twitter, Linkedin e, até, o Facebook te dão asas para fazer o seu trabalho. Com a ajuda delas e sabendo se plugar a boas fontes, sempre ficamos por dentro das tendências e inovações atuais. Além de se tornarem uma parte ativa da nossa vida clínica.
No caso de doenças raras e mistérios da medicina, fóruns especializados podem ser incrivelmente úteis para resolver tais enigmas.
Não há mais limites que nos impeçam de ir além da nossa trilha acadêmica. E com o surgimento dos “super pacientes” (detentores da verdade Googleriana), também devemos encontrá-los no meio do caminho.
4) Concentre-se em soft skills
Não importa como a Inteligência Artificial (A.I.) vai progredir no futuro, sempre haverá necessidade de um toque humano. Especialmente para pacientes que normalmente se sentem perdidos e vulneráveis.
À medida que as tecnologias avançam e ganham um papel maior na área da saúde, simplesmente prestar atenção e voltar-se para pacientes com compaixão se tornará um ativo cada vez mais valioso.
Chatbots, algoritmos inteligentes e outras tecnologias provavelmente tornarão desnecessário muito contato humano, mas criarão um mundo onde visitar um médico humano pode até ser mais caro do que a tecnologia.
5) Melhore sua cognição
Não consigo expressar o quão importante é a necessidade da melhoria continua de nossa capacidade cognitiva.
De acordo com esse relatório do Fórum Econômico, a resolução de problemas complexos e o pensamento crítico ganharão ainda mais destaque no mercado de trabalho nos próximos anos.
Enquanto a A.I. nos ajudar com diagnósticos mais precisos, a única coisa que sempre teremos a nosso favor é a nossa capacidade, ainda que limitada, de obter todas as informações disponíveis e encontrar uma solução criativa para a cura de nossos pacientes.
“Ser humano é o que nos garante relevância no futuro e na saúde não será diferente.”
Fato é que não podemos parar a iminente revolução tecnológica, nem diminuir sua velocidade. O mercado de healthcare se tornará infinitamente melhor e mais fácil. E nossa profissão definitivamente mudará, mas sem o medo de perder nossos “empregos”.
Nós simplesmente temos que nos adaptar. Temos que ressignificar as habilidades que nos tornam animais excepcionais e nos garantem relevância no futuro.
Então, quando pensar na “batalha” entre nós e a tecnologia, lembre-se de manter as habilidades corretas atualizadas para sempre encontrar um novo lugar na área de saúde, onde a tecnologia é apenas um suporte para animais incríveis: os seres humanos.
Quais habilidades julga mais pertinentes no seu cenário nos próximos 5 anos?